VATICANO, 23 de mai de 2008 às 10:33
Na quinta-feira à noite, durante a Missa celebrada com ocasião da Solenidade do Corpus Christi o Papa Bento XVI destacou que pela Eucaristia, o cristianismo é a revolução mais profunda da história.
O Pontífice, que presidiu a Santa Missa na esplanada da Basílica de São João de Latrão e posteriormente presidiu a procissão eucarística até a basílica de Santa Maria a Maior, falou do significado dessa solenidade através dos três gestos fundamentais da celebração: a reunião "ao redor do altar do Senhor para estarmos juntos em sua presença; a procissão, "caminhar com o Senhor", e por último, "ajoelhar-se diante do Senhor, a adoração".
Para explicar o primeiro gesto, o Santo Padre citou a epístola de São Paulo aos Gálatas, onde está escrito: "Já não há nem judeu, nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, porque todos são um em Cristo Jesus". "Nestas palavras se sente a verdade e a força da revolução cristã, a revolução mais profunda da história humana, que se experimenta em torno da Eucaristia: aqui se reunem em presença do Senhor pessoas diversas, por idade, sexo, condição social, ideias políticas. A Eucaristia não pode ser nunca um fato privado".
"Estamos unidos além das nossas diferenças, abrimo-nos uns aos outros para nos converter em uma coisa só através d'Ele", adicionou.
Tocando o segundo aspecto, "caminhar com o Senhor", Bento XVI afirmou que a procissão do Corpus Christi nos ensina que a Eucaristia quer nos liberar de todo desalento e desânimo... para que possamos reatar o caminho com a força que Deus nos dá mediante Jesus Cristo".
"Sem o Deus conosco, o Deus próximo, como podemos sustentar a peregrinação da existência, seja como pessoas ou como sociedade e família dos povos? A Eucaristia é o sacramento de Deus que não nos deixa sozinhos no caminho senão que se coloca ao nosso lado e nos indica a direção. Efetivamente não basta ir adiante, mas sim ver para onde se vai. Não basta o progresso se não houver critérios de referência".
Por último, o terceiro elemento do Corpus Christi, "ajoelhar-se em adoração diante do Senhor" é "o remédio mais válido e radical contra as idolatrias de ontem e hoje, é profissão de liberdade: que se inclina diante de Jesus não pode nem deve prostrar-se diante de poder terrestre nenhum, por forte que for".
Os cristãos, concluiu o Santo Padre, "inclinamo-nos diante de um Deus que foi o primeiro em inclinar-se para o ser humano... para socorrê-lo e lhe dar vida, que se ajoelhou diante de nós para nos lavar os pés sujos. Adorar o Corpo de Cristo significa acreditar que nesse pedaço de pão, está realmente Cristo, que dá sentido à nossa vida, ao universo imenso e à menor das criaturas, a toda a história humana e à existência mais breve".